É a cor do céu nas primeiras horas da manhã
domingo, 4 de novembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
A ÚLTIMA GUARIDA
A ÚLTIMA GUARIDA
—Serei eu grou?
—Do que fala, meu
querido?
—Sinto-me assim, às
vezes, como aquele pássaro, que ninguém ouve.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
CONTOS LIGEIROS
A CRISTALEIRA
Qualquer
afago bastaria.
Até a fuga momentânea da palidez de um rosto em mudez,
o fogo das palavras pronunciadas em profundas mentiras,
mas não:
Ela mira-se no vidro da cristaleira.
Está machucada, numa desbotada perplexidade,
O olhar se perde, como se perderam tantas coisas...
Antúrios, antigas chuvaradas, sinas, quebrantos, manhãs em nódoas: o pensamento poderia esvoaçar, mas talvez falte o alento essencial.
Então, prossegue em seu silêncio equilibrista.
Talvez cerzir as dores, a própria mudez, verbos mastigados, as insondáveis frestas nas almas esquecidas!
O que é ela?
Espectro de si vagando nos corredores caseiros?
O que é ela?
Pó na mobília? Estilhaços de um querer, recolhidos nas palavras que murcharam? O olhar incolor que em vazios abandonados se dissolve? Talvez, se o vento viesse a lhe acusar de poesia, o mesmo vento que brincou em seus cabelos de menina...
Mas não, ela não tem como escapar.
Poderia tanto, mas fica em casa, diante da cristaleira...
No quintal, a varejeira reflete o sol esverdeado.
Até a fuga momentânea da palidez de um rosto em mudez,
o fogo das palavras pronunciadas em profundas mentiras,
mas não:
Ela mira-se no vidro da cristaleira.
Está machucada, numa desbotada perplexidade,
O olhar se perde, como se perderam tantas coisas...
Antúrios, antigas chuvaradas, sinas, quebrantos, manhãs em nódoas: o pensamento poderia esvoaçar, mas talvez falte o alento essencial.
Então, prossegue em seu silêncio equilibrista.
Talvez cerzir as dores, a própria mudez, verbos mastigados, as insondáveis frestas nas almas esquecidas!
O que é ela?
Espectro de si vagando nos corredores caseiros?
O que é ela?
Pó na mobília? Estilhaços de um querer, recolhidos nas palavras que murcharam? O olhar incolor que em vazios abandonados se dissolve? Talvez, se o vento viesse a lhe acusar de poesia, o mesmo vento que brincou em seus cabelos de menina...
Mas não, ela não tem como escapar.
Poderia tanto, mas fica em casa, diante da cristaleira...
No quintal, a varejeira reflete o sol esverdeado.
terça-feira, 3 de julho de 2012
O SAPO E O PARAÍSO
—Rospo, a vida foi feita para a felicidade.
—Pleno, Sapabela, pleno! A vida jamais se beneficiará da tristeza.
A tristeza talvez seja apenas a necessidade do equilíbrio, porém, pela sua razão corrosiva da alma, deve ser afastada de imediato.
—Se tivesse um paraíso!...
—Tem!
—Onde está? Onde está?
—No único lugar onde tem sentido a sua existência.
—Rospo, vá com calma.
—Só velejo na calma. Aprendi o azul desde cedo.
—Mas também adora temporais.
—Não me recuso à aventura de viver.
—Porém, diga que lugar é esse, no qual o paraíso pode ser encontrado.
—É tão óbvio que os leitores já sabem.
—Adoro metalinguística.
—Eu também.
—Mas, não enrole, Rospo! Diga logo onde é o lugar do paraíso.
—Dentro de você.
—Dentro de mim?
—De cada um de nós.
—E como faço para viver nesse paraíso, Rospo?
—Para fazer é preciso desfazer.
—Que papo é esse, amigo?
—Desfaça a ideia de paraíso como um lugar sem vida, só gozo...
—Rospo, mas já sou um feixe luminoso de lutas que travo a cada dia...
—O paraíso que está em você pode se chamar recompensa. E isso quer dizer: não apenas gozo, no sentido do gozo improdutivo.
—É muito pra minha cabeça, Rospo.
—Estou querendo dizer que existe o gozo produtivo. Ou seja, um lugar onde você possa ler, compor, escrever, montar um teatro, realizar coisas, não apenas no universo da arte...
—Tudo isso dentro de mim?
—A fonte primária de todo evento está dentro de você.
—Tudo bem. Mas então você está subvertendo o conceito, a ideia original de paraíso?
—Se você se torna habitante desse paraíso só para gozar, sem produzir... Esse perde o seu sentido, até como metáfora.
—Rospo.Por tudo que eu estou tentando entender, então o paraíso pode valer a pena?
—Considerando que "valer a pena" pode significar que vale ser escrito, creio que sim. Então, se quer conhecer o paraíso, que está em você, comece a edificar mundos, produza, e verá como será feliz.
—Rospo, preciso ir, mas levo essa conversa comigo.
—Gostei Sapabela. Todos os sapos deveriam fazer isso: levar a conversa consigo.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
CONFESSO
Confesso
que já fui
boi
de piranha,
Que
já estive
à
beira de um penhasco.
E
na garganta
O
asco,
de
não poder ladrar
o
coito do veneno.
Depois
no sereno,
pude
fraquejar,
Na
sombra do desejo,
de
estar nos olhos teus.
Manhãs
de desafeto,
um
brinde à solidão,
que
aos poucos faz morada,
na
falta de atenção.
MV
domingo, 24 de junho de 2012
POETAS PARA AS CRIANÇAS
Feliz por estar neste livro ao lado de outros poetas. Uma antologia ilustrada por Danilo Marques, ilustrador de "O Blogueiro", personagem que semanalmente está no blog O PEDAGOGENTO.
GRANDES ENCONTROS
Ontem, no CEU QUINTA DO SOL, um sábado de grandes encontros.
Sueli Gonçalves e Nelson Albissú, grandes amigos de minha vida.
VICE&VERSA
Participando do VICE&VERSA no blog da AELIJ PAULISTA, com Marilza Conceição.
http://aeilijpaulista.blogspot.com.br/
http://aeilijpaulista.blogspot.com.br/
GRANDES ENCONTROS
Grandes momentos na FELIT, grandes encontros.
Aqui, com a escritora Regina Sormani e o jornalista João Marques, criador do personagem LE-HEITOR,
que, com suas andanças, vai registrando a produção literária e seus autores.
O BLOGUEIRO
O BLOGUEIRO agora está semanalmente no blog O PEDAGOGENTO
MEUS LIVROS
Num de seus aniversários de menina,
ela ganhou de presente uma visita ao grande museu.
Sua vida é motivo de inspiração, pelo exemplo notável.
ROSPO 2012 — 1
REMOVER SIM, REMOER NÃO!
Ao
encontrar um amigo, Rospo observa seu semblante cabisbaixo e para
romper a mudez arrisca um diálogo.
—O
que
está
acontecendo,
amigo?
—Tudo
anda
difícil.
Não
consigo
nem
pensar
direito.
São
tantas
as
dificuldades...
—Sei,
está
remoendo.
—E
deveria
fazer
outra
coisa?
—Sim,
tem
sapo
que
neste
mesmo
instante
está
removendo.
—Remoendo,
removendo.
Aprecia
brincar
com
as
palavras,
não
é,
meu
amigo?
—Remover
é
mover
novamente,
mas
também
é
um
remo
que
movimenta
o
olhar.
Remover
pode
ser
remar
a
visão.
Remover
pode
ser
desentulhar
a
mente.
—Lembra
do
que
me
disse
em
nosso
último
encontro?
domingo, 25 de março de 2012
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