Cantadas,  
Homens magoados,  
Outros feridos,  
Prantos nas docas,
Nos diques
Nos becos, nos bares...
Sofrendo por suas mulheres.
Gritando paixões, num charco
De tantos perdões.  
Mastigando suas dores.
Histórias perdidas  
Cerveja e bilhar.
Balcões,
Oficinas
Mormaços,  
Neblinas.
Fiapos de sonhos
Em meninas...
Um rosto de porcelana
Não diz nada além...
Homens, mulheres,  
Decepando o dorso da serra,  
Erguendo a vida
Na fuligem,  
Na friagem das suas crianças.
Uma, de amarelinha,
Outra come terra.
Quermesses,  a graxa, o copo de vinho,
Arruaça, a fumaça enlaçando vidas
Nas margens das várzeas.
As lavadeiras que esperam seus  homens
E  num desbotado anil
Torcem cores e fazem varais.
E sonham vagares e tingem os cabelos
Cerzindo páginas e dores  
E almas  
Amedrontadas e rasgadas
Na ausência  
Do afeto.
MARCIANO VASQUES
 

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