É a cor do céu nas primeiras horas da manhã
domingo, 21 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
O SAPO E A CURIOSIDADE INFANTIL
Rospo está arrumando a sua biblioteca particular quando chega a Sapabela.
- Tem bastante livros, Rospo. Parabéns!
- Estou organizando. Como você sabe, a criançada vive aqui. Sobrinhos, filhos dos amigos...
- Bom que a sua biblioteca seja um lugar atraente para os pequenos. O que está fazendo?
- Escrevendo um pequeno cartaz: PROIBIDO PARA CRIANÇA.
- Mas esses livros são infantis.
- Por isso mesmo.
- Explique.
- Eu quero que eles sejam lidos pela garotada.
- Mas pôs que é PROIBIDO.
- Parece que você não conhece a curiosidade das crianças.
- É verdade, Rospo. Se você diz que é proibido para as crianças, isso é o suficiente para despertar a curiosidade delas.
- Exatamente. Basta dizer que é proibido, e já garantiu que elas tentarão ler de todo jeito.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 20
ANORITA E A RÃ DO PROVÉRBIO
- " A rã que está no fundo do poço pensa que o céu é do tamanho da boca do poço ".
- Que bonito, Anorita! É um provérbio antigo, não é?
- Muito antigo, Sapabela. E muito sábio, também.
- Sim, devemos sempre tê-lo em mente quando a situação estiver difícil. Às vezes, as circunstâncias nos deixam em apuros, e como não encontramos a saída, nos sentimos como ela...
- Ela, quem?
- A rã do provérbio.
- Verdade. Então é sempre bom lembrar da imensidão do céu, muito mais amplo do que a "boca do poço".
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 19
O SAPO QUE LIA MUITO
- Sou um grande leitor, Anorita.
- Sei disso, Rospo. A Sapabela me contou.
- Li muitos livros em minha vida.
- Isso é ótimo.
- Conforme dizia Machado de Assis...
E Rospo prossegue:
- Segundo Nietzsche...E como disse Shakespeare...De acordo com Sartre...´Segundo Guimarães Rosa...Concordo com Gabriel Garcia Márquez...Assim disse Dostoiévski...Como costumava falar Jorge Amado...Segundo as palavras de Eduardo Galeano...
- Rospo! Espere um pouco!
- O que aconteceu, Sapabela?
- Não sou a Sapabela! Sou a Anorita. E quero dizer uma coisa: Ler é bom, mas você ficou o passeio todo citando os autores que leu...
- O que aconteceu, Sapabela?
- Não sou a Sapabela! Sou a Anorita. E quero dizer uma coisa: Ler é bom, mas você ficou o passeio todo citando os autores que leu...
- Isso não é bom?
- É bom, mas, é bom também de vez em quando pensar com a própria cabeça.
MARCIANO VASQUES Histórias do Rospo -18
A PROFESSORA ENGESSADA
Entrou correndo, em alta velocidade, atirou longe a mochila e foi logo contando a novidade, toda ofegante.
- Tia Sapabela! A minha professora está com gesso.
- No braço ou na perna, Amélia?
- Nos braços, nas pernas...
- Sua professora está toda engessada?
-" Pobre professora. deve ter sofrido um acidente. Amanhã irei visitá-la" - Pensou a Sapabela, enquanto a agitada sobrinha já se punha à mesa para fazer a lição de casa.
- Muita lição, Amélia? Não quer primeiro lanchar?
- Não, tia, prefiro fazer a lição. Veja, ela mandou tudo isso de cópia, mais de 10 folhas do livro, e também fazer numerais até 1000, três vezes...
No dia seguinte, lá está a Sapabela com a professora.
- É imaginação da sua sobrinha. Aproveito para dizer que o meu método de ensino é o tradicional. Não acredito nessa história de Construtivismo... O meu planejamento é sempre o mesmo, a cada ano. Eu não mudo...
- Mas mandou muitas páginas de cópia! Como vai sobrar tempo para a imaginação? É estranho que a minha Amélia tenha falado do gesso.
- Certamente é uma visão que ela teve. Sabe como são as crianças de hoje, cismam de pensar...
- "Uma visão...Sim, uma visão do futuro, diante do passado...", meditou a Sapabela.
Em casa, diante da pequena sobrinha:
- Sim, Amélia, você estava certa. A sua professora está mesmo engessada.
ARGUMENTO: Marciano Vasques
ARTE: Daniela Alves Vasques
FELIZ ROSPO, FELIZ SAPABELA
Tudo pronto para a grande virada. Quase meia-noite e na casa do Rospo só alegria. A ceia está montada e o reveillon vai começar.
- Vamos cantar gente! Daqui a pouco é um novo ano.
- Tem certeza?
- Não faça isso Sapabela...
- Aprendi com você, amigo.
- Está bem. Qual é o problema? Daqui a pouco por acaso não será um novo ano?
- Depende.
- Sapa, a festa está animada. O que significa esse “depende”?
- Depende de você, Rospo. Se você quiser verdadeiramente, daqui a pouco será mesmo um ano novo.
- O Planeta completou um giro em torno do Sol, portanto entraremos num novo ano.
- Acho que você ainda não entendeu. O ano novo está dentro da gente. Quem muda é você, Rospo. Se você não mudar, tudo não passará de apenas uma mudança de calendário. Para o ano ser de fato um novo tempo, as mudanças estão dentro de você.
- Mas eu posso estar satisfeito comigo mesmo.
- Ótimo. Então você pode ser imutável.
- Para que mudar se estou satisfeito?
- Você fez uma revisão nos seus conceitos? Por acaso deu um trato nas velhas idéias? Ficou mesmo completamente satisfeito com as suas contribuições durante o ano?
- Não deu tempo pra pensar muito.Você sabe, Bela, não sobra tempo para nada.
- Talvez o tempo não esteja sendo bem utilizado.
- Sapa, não se esqueça: estamos numa comemoração.
- Quem comemora também pensa...
- Está bem, você venceu....
- Eu nem sabia que era uma competição, Rospo!
- É o modo de falar. Eu quis dizer que você tem razão. Se eu não melhorar, o ano novo será apenas uma ilusão.
- Isso mesmo, Rospo. Cada um de nós tem o ano novo dentro da gente. Não desperdice a chance de mudar o seu calendário interior...
- É verdade, somos os responsáveis pela chegada de um novo tempo...
Um dos convidados grita: - Pessoal, quase meia-noite!
A Sapabela e o amigo Rospo se abraçam.
- Feliz Rospo!
- Feliz Sapabela!
ARGUMENTO: Marciano Vasques
ARTE: Daniela Alves VasquesHistórias do Rospo - 16
O SAPO E O ANO NOVO
- 31 de Dezembro é um dia como outro qualquer.
- Claro que não!
- Ora, Rospo...
- Sapabela, algo extraordinário acontece...
- Sim?
- O planeta completou a sua translação, é um novo ciclo, uma nova volta, e recomeça tudo.
- É apenas simbólico. Quem garante que o 31 de Dezembro é o ponto de chegada da translação? Para mim, a cada dia temos um novo ano.
- Sapabela, a humanidade ainda não evoluiu tanto, nem os sapos. Um símbolo nos satisfaz. Calendário é apenas referência. Se quiser, pode me desejar Feliz Ano Novo diariamente.
- Pensando bem, os símbolos são maravilhosos. Deixe-me abraçá-lo, Rospo.
- Mas ainda não é Meia Noite!
- E precisa?
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 15
A DIFICULDADE DO SAPO
- É mais fácil...Uma dissertação de mestrado.
- Continue, Rospo...
- É mais fácil... Uma tese de doutorado...
- Papo meio esquisito...
- É mais fácil aprender álgebra...
- Nossa! O que será que o aflige?
- Mais fácil aprender Alemão... Japonês...
- Rospo, você deve estar com uma dificuldade imensa...
- Sapabela, acha que ainda existe espaço para a timidez no mundo atual, tão cibernético, tão tecnológico, com constelações de blogs...?
- Rospo, a timidez tem algo a ver com o ser humano...
- E com os sapos...
- Sim, claro. Mas, por que a questão?
- Nada, tchau, preciso ir, tenho um compromisso.
Sapabela fica sozinha a pensar: "O que será que é tão difícil para ele?"
Enquanto isso, sob uma árvore, o sapo, a cismar:
- "Ela é tão linda!"
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 14
O TREINAMENTO DA JOELMINHA
- Tire o pé do sofá! Não urine na tampa do vaso, deixou essas migalhas de pão na pia só para a empregada aqui limpar? Abaixe a tevê! Fale mais baixo. Você está gordo! Pare! Que sujeira! Para pôr arroz no prato, sujou todo o fogão. Não quero saber! Estou com dor de cabeça! Não grite! Eu não estou gritando, é você quem está! Que chulé! Que bafo de cerveja! Você só pensa em comer e dormir... Homem é todo folgado. Que saco! Futebol novamente!
- Joelminha, como vai?
- Olá, Sapabela!
-O que é isso, menina, ficou maluca? Está falando sozinha.
-O que é isso, menina, ficou maluca? Está falando sozinha.
- Falando sozinha?
- É.
- Pois é, estou treinando.
- Treinando? Para que coisa está treinando?
- Para o casamento.
- Você pretende se casar?
- Por enquanto ainda não. Sou muito jovem, prefiro viver primeiro.
- Por enquanto ainda não. Sou muito jovem, prefiro viver primeiro.
- Joelminha, posso falar uma coisa?
- Claro, Sapabela.
- Claro, Sapabela.
- Realismo exagerado é chato.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 13
SAPABELA MAL HUMORADA
Num desses encontros casuais, Rospo encontra a velha amiga Sapabela, saltitante a comemorar, fazendo um enorme estardalhaço.
- Sapa, o que está acontecendo?
- Consegui, Rospo, consegui!
- Querida, estou surpreso com a sua euforia. Mas, por favor, conte-me o motivo de tanto entusiasmo.
- Consegui! Agora faço parte de um grupo de amigas.
- Parabéns! E que grupo é esse?
- São as três que vivem a se lamentar.
- Aquelas mal humoradas? E qual é a vantagem de entrar num grupo assim?
- Acontece que eu queria fazer parte do grupo, mas não conseguia, por estar sempre feliz, alegre e contente. A minha felicidade incomodava, causava distúrbios no grupo.
- Sim, o mau humor delas é famoso.
- Então, eu me tornei mal humorada, rabugenta, chata, e assim elas me aceitaram no grupo. Por isso estou comemorando com tanta alegria. Viva o meu mau humor!
- Impressionante!
- Nada como fazer parte de um grupo. Agora sou uma mal humorada. Viva! Viva! Viva!
- "Acho que bebi demais no Natal".
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 12
FELIZ OLHAR NOVO !
- Feliz Olhar Novo, Sapabela!
- Rospo, obrigado, mas, não seria Feliz Ano Ano?
- É a mesma coisa, Sapa.
- É?
- Sim. Se você está com o olhar cansado, embaçado pelas agruras do cotidiano, e não consegue mais ver a poesia do mundo nas coisas simples que são, você precisa renovar o olhar, precisa modificá-lo, só assim o ano será realmente novo.
- E como anda o brejo, Rospo?
- Estamos vivendo, amiga. Quis ir até São Paulo, mas não pude.
- Por que?
- Não tenho submarino.
- Gostei da piada.
- Bem, tenho um compromisso, tchau!
- Tchau!
- E não se esqueça, cuide do seu olhar.
- Não me esquecerei. Bem, tenho muitos dias pela frente.
- Lembre-se. Cada dia é uma nova chance.
- É, não posso bobear.
- Nem ficar parada, pois ficar parado é caminhar para trás.
- Rospo...
- Sim?
- Feliz Novo Olhar para você também.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 -11
O TAPETE E A ESCADA
- Rospo, aqui está um tapete.
- Não, você não. Tchau, e obrigado.
- Rospo, pegue o tapete que estou lhe oferecendo.
- Não, Sapo, não preciso da sua ajuda. Obrigado.
- Rospo, leve o meu tapete.
- Não, amigo Sapo, não preciso do seu tapete. Faça bom proveito dele.
Depois de encontrar diversos conhecidos pelo caminho, Rospo encontra sua amiga Sapabela.
- Olá, Sapa. Que saudades!
- Eu também, desde ontem não conversamos.
- Estou com um problema, estou vivendo um aflição.
- Rospo, quero ajudar.
- Obrigada, você é uma amiga de verdade.
- Tome uma escada.
- Agora sim, confirmo o que acabei de dizer.
- Não sabia que ficaria tão feliz com uma escada.
- Pois é, Sapa, é mais fácil para muitos oferecer um tapete, que pode ser puxado, do que uma escada, que pode nos auxiliar a subir e lá do alto ver com mais clareza uma solução para os nossos problemas. Obrigado pela sua escada.
- Disponha.
MARCIANO VASQUES -
Histórias do Rospo - 10O NATAL AUSENTE
No dia 25 de Dezembro, no Viaduto do Chá, um homem observa as luzes natalinas da cidade. Rospo, que às vezes passeia no mundo dos humanos, se aproxima.
- Está encantado, amigo meu?
- Sim, o Natal é lindo. Essas luzes a piscar...
- Veja ao seu lado.
- Ora, é um menino dormindo na calçada. São todos uns vagabundos...
- São abandonados.
- Que nada! Mande essa turma trabalhar...
- E as luzes de Natal?
- Lindas! Lindas! Lindas!
- Pena que o Natal ainda não chegou...
- Como disse?
- Nada. Não entenderia.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 9O SAPO E O VERBO
- Rospo!
- Joelminha! Tudo bem?
- Tem sapa nova no brejo, interessada em você. Parece que foi amor à primeira vista.
- Não estou interessado.
- Ora, Rospo. Sei que está sobrando sapas no mundo, mas não pode sair por aí desprezando amores...
- Já gosto de uma sapa.
- Mas ainda é livre.
- Ocorre que tenho um compromisso com o verbo.
-Verbo?
- É, o verbo "gostar". O meu compromisso é com ele.
- Realmente, um verbo é sempre muito importante. Já se declarou para ela?
- Ainda não.
- Entendo. É um verbo difícil, não é?
- Para um sapo tímido, "declarar-se" com certeza, é o mais difícil dos verbos.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 9
O CORCEL ALADO
Rospo, continuo na minha incansável busca da felicidade.
- Quer jogar xadrez, Sapabela?
- Não procuro diversão. Busco a felicidade.
- Vamos ao cinema? Quer jogar boliche?
- Não, Rospo, não...
- Ao baile?
- Rospo, tente entender! Eu procuro a felicidade.
- Você já sabe onde encontrá-la, Sapabela...
- Pois é, meu caro amigo, enquanto não a tiver dentro de mim, as coisas que você falou não passarão de apenas diversão...
- Eu entendo, eu entendo...
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 8
A SAPA @
Estava o Rospo meditando na beira do lago, ao vivo, pensando no que o fanatismo pode fazer para um sapo, quando chega a amiga Sapabela, com uma nova sapa.
- Rospo, que faz aí tão sozinho?
- Contemplo a natureza, e me ponho a cismar, alguns pensamentos sem rumo, só por distração.
- Apresento a minha amiga Sapa @ , a nova moradora da Sapolândia.
- @? Que nome original...
- Ela é louca por Internet.
- Viciou?
- Qual o seu nome mesmo? Pergunta a nova Sapa, para Sapabela.
- Sapabela.
- Bonito nome, não esqueço mais: WWW. Sapabela.
- WWW?
- "É maluca!" - Pensa o Rospo.
- E o seu nome?
- Rospo.
- Prazer, Senhor Rospo.com
- Rospo. com?
- Bem, vamos indo. Preciso mostrar a Sapolândia para a @
- Apareça sempre que quiser conversar, minha querida.
- Sim, senhor Rospo. com. Farei isso, mas, qual é mesmo a senha?
- "Senha?"
As duas continuam o passeio.
-Que internauta atencioso o seu amigo...
- Internauta? Ele estava apenas contemplando o lago...
MARCIANO VASQUES
Histórias com o Rospo - 7
ROSPO E O SONHO
Rospo corre ao vento, atravessa varais, canaviais, cais.
Na corrida, encontra uma velha amiga.
- Sapabela! Que alegria encontrá-la!
- Mas, aonde vai tão apressado, Rospo?
- Estou correndo atrás dele.
- Não vejo nada.
- Às vezes ele é invisível aos olhos alheios.
- Ele quem?
- O sonho.
- Você corria atrás dele?
- Sim, devemos sempre correr atrás dos nossos sonhos.
- Um sonho foge da gente, Rospo?
- Não, Sapa, ele apenas quer ser alcançado.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 6
Histórias do Rospo - 6
A FANTASIA DO SAPO
Rospo foi ao baile de fantasias da Sapabela. Ao chegar, despertou a curiosidade de todos, que não viram fantasia nenhuma. Desfilou pelo salão com um largo sorriso na face.
- Rospo! Gostou da minha fantasia de Julieta?
- Linda, Sapabela. É a própria.
- Pois é, falta um Romeu. Mas, e a sua fantasia, Rospo? Esqueceu?
- Não está vendo o tamanho do meu sorriso?
- Estou. Isso é fantasia?
- Claro.
- E que fantasia é? Posso saber?
- De menino que foi ao circo.
MARCIANO VASQUES Série: Histórias do Rospo - 5
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
A CIDADE DAS CANTIGAS NO PALCO
Cena da peça de teatro de autoria de Marciano Vasques, A CIDADE DAS CANTIGAS, apresentada por alunos da Emef "Pe. Serafin Martinez Gutierrez", no palco do CEU QUINTA DO SOL, em Dezembro de 2009.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O SAPO RICO
Casualmente, naturalmente, um novo encontro:
- Estou rico, Sapabela!
- Rico? Mas, você não tem nada, Rospo!
- Não exagere, Sapabela.
A provocativa amiga prossegue:
- Você não tem nem um celular novo!
- Mas, estou rico, minha amiga.
- Onde está essa riqueza, afinal?
- É riqueza para quem quer ver.
- Eu quero!
- Hoje, ao amanhecer, criei um poema. Poetizei.
- Um poema?
- Sim, depois de terminá-lo, percebi o quanto fiquei rico.
- "Tem razão: é riqueza para quem quer ver"
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 4Leia em CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL
A DECISÃO DA SAPABELA
Uma decisão tomou Sapabela:
- Vou procurar a felicidade, Rospo.
- Bravo!
- Subirei as mais altas montanhas, atravessarei cordilheiras, vales...
- Inútil, Sapa, inútil..
- Irei aos estádios de futebol.
- Não adianta...
- Cinemas, parques de diversão.
- Bobagem, Sapa...
- Ganhar muito dinheiro...
- Piorou.
-Viajar em luxuosos cruzeiros, velejar, banquetes...
- Esqueça.
- Assim não dá, Rospo! Vive a me desanimar...Se quero buscar a felicidade, devo ir aos mais distantes lugares, aos mais divertidos...
- Engano, puro engano, minha querida.
- Melhor explicar, Rospo...
- É pra já: Não adianta rodar o mundo, pois a felicidade está mais próxima do que imagina, Sapabela.
- Onde?
- No lugar de mais difícil acesso: dentro de você.
- No lugar de mais difícil acesso: dentro de você.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 3
LIVROS E CONVERSAS
Entre rosas, rezas e rasos risos, passeia Sapabela, quando encontra "ele" e é invadida por um sorridente pensamento:
- "Viva! Lá vem conversa boa!"
- Rospo, qual é o maior concorrente do livro?
- Sapa, o livro não tem concorrentes.
- Sapa, o livro não tem concorrentes.
- Um concorrente amigável, vá, Rospo!
- Uma parceira, eu diria.
- Sim?
- A conversa.
- A conversa.
- Ela é tão preciosa assim?
- Rara joia da humanidade, assim como o livro.
- Rara joia da humanidade, assim como o livro.
- Vamos então conversar um pouco, Rospo?
- É o que mais adoro fazer, depois de ler um bom livro. E com você, conversa é música.
Alguém já viu uma sapa vermelha de tão encabulada?
MARCIANO VASQUES
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 2
A FELICIDADE DA SAPABELA
- Rospo! Estou tão feliz!
- Já sei! Ganhou um celular!
- Não, Rospo, não.
- Vai casar?
- Não, Rospo, é outra coisa...
- Arrumou um namorado?
- Não!
- Comprou um carro?
- Comprou um carro?
- Rospo, é algo maior. Não consegue pensar além?
- Estava brincando, Sapabela. Qual é o motivo da felicidade?
- Escrevi um poema. Criei um poema. Poetizei.
- Ah, você estava falando de felicidade maior!
- Claro, meu amigo.
- Escrever um poema: realmente é algo que não tem preço.
MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 1
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
BIENAL DO LIVRO 2010 - 3
MUSICAL " SAPECANDO CANTIGAS" NA BIENAL DO LIVRO, NO LANÇAMENTO DO LIVRO "LETRAS SAPECAS", NO STAND DA PAULINAS, EM AGOSTO DE 2010
BIENAL DO LIVRO 2010 - 2
MUSICAL "SAPECANDO CANTIGAS" NA BIENAL DO LIVRO 2010, NO LANÇAMENTO DO LIVRO "LETRAS SAPECAS" NO STAND DA EDITORA PAULINAS, EM AGOSTO DE 2010
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