É a cor do céu nas primeiras horas da manhã

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O SAPO E A CURIOSIDADE INFANTIL

Rospo está arrumando a sua biblioteca particular quando chega a Sapabela.
- Tem bastante livros, Rospo. Parabéns!
- Estou organizando. Como você sabe, a criançada vive aqui. Sobrinhos, filhos dos amigos...
- Bom que a sua biblioteca seja um lugar atraente para os pequenos. O que está fazendo?
- Escrevendo um pequeno cartaz: PROIBIDO PARA CRIANÇA.
- Mas esses livros são infantis.
- Por isso mesmo.
- Explique.
- Eu quero que eles sejam lidos pela garotada.
- Mas pôs que é PROIBIDO.
- Parece que você não conhece a curiosidade das crianças.
- É verdade, Rospo. Se você diz que é proibido para as crianças, isso é o suficiente para despertar a curiosidade delas.
- Exatamente. Basta dizer que é proibido, e já garantiu que elas tentarão ler de todo jeito. 
MARCIANO VASQUES  
Histórias do Rospo - 20          

ANORITA E A RÃ DO PROVÉRBIO

- " A rã que está no fundo do poço pensa que o céu é do tamanho da boca do poço ".
- Que bonito, Anorita! É um provérbio antigo, não é?
- Muito antigo, Sapabela. E muito sábio, também.
- Sim, devemos sempre tê-lo em mente quando a situação estiver difícil. Às vezes, as circunstâncias nos deixam em apuros, e como não encontramos a saída, nos sentimos como ela...
- Ela, quem?
- A rã do provérbio.
- Verdade. Então é sempre bom lembrar da imensidão do céu, muito mais amplo do que a "boca do poço".


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 19

O SAPO QUE LIA MUITO

- Sou um grande leitor, Anorita.
- Sei disso, Rospo. A Sapabela me contou.
- Li muitos livros em minha vida.
- Isso é ótimo.
- Conforme dizia Machado de Assis...
E Rospo prossegue:
- Segundo Nietzsche...E como disse Shakespeare...De acordo com Sartre...´Segundo Guimarães Rosa...Concordo com Gabriel Garcia Márquez...Assim disse Dostoiévski...Como costumava falar Jorge Amado...Segundo as palavras de Eduardo Galeano...
- Rospo! Espere um pouco!
- O que aconteceu, Sapabela?
- Não sou a Sapabela! Sou a Anorita. E quero dizer uma coisa: Ler é bom, mas você ficou o passeio todo citando os autores que leu...

- Isso não é bom? 
- É bom, mas, é bom também de vez em quando pensar com a própria cabeça.

MARCIANO VASQUES  Histórias do Rospo -18

A PROFESSORA ENGESSADA

Entrou correndo, em alta velocidade, atirou longe a mochila e foi logo contando a novidade, toda ofegante.
- Tia Sapabela! A minha professora está com gesso.
- No braço ou na perna, Amélia?
- Nos braços, nas pernas...
- Sua professora está toda engessada?
-" Pobre professora. deve ter sofrido um acidente. Amanhã irei visitá-la" - Pensou a Sapabela, enquanto a agitada sobrinha já se punha à mesa para fazer a lição de casa.
- Muita lição, Amélia? Não quer primeiro lanchar?



- Não, tia, prefiro fazer a lição. Veja, ela mandou tudo isso de cópia, mais de 10 folhas do livro, e também fazer numerais até 1000, três vezes...
No dia seguinte, lá está a Sapabela com a professora.
- É imaginação da sua sobrinha. Aproveito para dizer que o meu método de ensino é o tradicional. Não acredito nessa história de Construtivismo... O meu planejamento é sempre o mesmo, a cada ano. Eu não mudo...
- Mas mandou muitas páginas de cópia! Como vai sobrar tempo para a imaginação? É estranho que a minha Amélia tenha falado do gesso.
- Certamente é uma visão que ela teve. Sabe como são as crianças de hoje, cismam de pensar...
- "Uma visão...Sim, uma visão do futuro, diante do passado...", meditou a Sapabela.
Em casa, diante da pequena sobrinha:
- Sim, Amélia, você estava certa. A sua professora está mesmo engessada.


ARGUMENTO: Marciano Vasques
ARTE: Daniela Alves Vasques

HISTÓRIAS DO ROSPO -17

FELIZ ROSPO, FELIZ SAPABELA

Tudo pronto para a grande virada. Quase meia-noite e na casa do Rospo só alegria. A ceia está montada e o reveillon vai começar.


- Vamos cantar gente! Daqui a pouco é um novo ano.


- Tem certeza?


- Não faça isso Sapabela...


- Aprendi com você, amigo.


- Está bem. Qual é o problema? Daqui a pouco por acaso não será um novo ano?


- Depende.


- Sapa, a festa está animada. O que significa esse “depende”?


- Depende de você, Rospo. Se você quiser verdadeiramente, daqui a pouco será mesmo um ano novo.


- O Planeta completou um giro em torno do Sol, portanto entraremos num novo ano.


- Acho que você ainda não entendeu. O ano novo está dentro da gente. Quem muda é você, Rospo. Se você não mudar, tudo não passará de apenas uma mudança de calendário. Para o ano ser de fato um novo tempo, as mudanças estão dentro de você.


- Mas eu posso estar satisfeito comigo mesmo.


- Ótimo. Então você pode ser imutável.


- Para que mudar se estou satisfeito?


- Você fez uma revisão nos seus conceitos? Por acaso deu um trato nas velhas idéias? Ficou mesmo completamente satisfeito com as suas contribuições durante o ano?


- Não deu tempo pra pensar muito.Você sabe, Bela, não sobra tempo para nada.


- Talvez o tempo não esteja sendo bem utilizado.


- Sapa, não se esqueça: estamos numa comemoração.


- Quem comemora também pensa...


- Está bem, você venceu....


- Eu nem sabia que era uma competição, Rospo!


- É o modo de falar. Eu quis dizer que você tem razão. Se eu não melhorar, o ano novo será apenas uma ilusão.


- Isso mesmo, Rospo. Cada um de nós tem o ano novo dentro da gente. Não desperdice a chance de mudar o seu calendário interior...


- É verdade, somos os responsáveis pela chegada de um novo tempo...


Um dos convidados grita: - Pessoal, quase meia-noite!


A Sapabela e o amigo Rospo se abraçam.


- Feliz Rospo!


- Feliz Sapabela!

ARGUMENTO: Marciano Vasques
ARTE: Daniela Alves Vasques
Histórias do Rospo - 16

O SAPO E O ANO NOVO

- 31 de Dezembro é um dia como outro qualquer.
- Claro que não!
- Ora, Rospo...
- Sapabela, algo extraordinário acontece...
- Sim?
- O planeta completou a sua translação, é um novo ciclo, uma nova volta, e recomeça tudo.
- É apenas simbólico. Quem garante que o 31 de Dezembro é o ponto de chegada da translação? Para mim, a cada dia temos um novo ano.
- Sapabela, a humanidade ainda não evoluiu tanto, nem os sapos. Um símbolo nos satisfaz. Calendário é apenas referência. Se quiser, pode me desejar Feliz Ano Novo diariamente.
- Pensando bem, os símbolos são maravilhosos. Deixe-me abraçá-lo, Rospo.
- Mas ainda não é Meia Noite!
- E precisa?


MARCIANO VASQUES  
Histórias do Rospo - 15

A DIFICULDADE DO SAPO

- É mais fácil...Uma dissertação de mestrado.
- Continue, Rospo...
- É mais fácil... Uma tese de doutorado...
- Papo meio esquisito...
- É mais fácil aprender álgebra...
- Nossa! O que será que o aflige?
- Mais fácil aprender Alemão... Japonês...
- Rospo, você deve estar com uma dificuldade imensa...
- Sapabela, acha que ainda existe espaço para a timidez no mundo atual, tão cibernético, tão tecnológico, com constelações de blogs...?
- Rospo, a timidez tem algo a ver com o ser humano...
- E com os sapos...
- Sim, claro. Mas, por que a questão?
- Nada, tchau, preciso ir, tenho um compromisso.
 
Sapabela fica sozinha a pensar: "O que será que é tão difícil para ele?"
Enquanto isso, sob uma árvore, o sapo, a cismar:
- "Ela é tão linda!"


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 14

O TREINAMENTO DA JOELMINHA

- Tire o pé do sofá! Não urine na tampa do vaso, deixou essas migalhas de pão na pia só para a empregada aqui limpar? Abaixe a tevê! Fale mais baixo. Você está gordo! Pare! Que sujeira! Para pôr arroz no prato, sujou todo o fogão. Não quero saber! Estou com dor de cabeça! Não grite! Eu não estou gritando, é você quem está! Que chulé! Que bafo de cerveja! Você só pensa em comer e dormir... Homem é todo folgado. Que saco! Futebol novamente!

- Joelminha, como vai?
- Olá, Sapabela!
-O que é isso, menina, ficou maluca? Está falando sozinha.

- Falando sozinha?
- É.
- Pois é, estou treinando.
- Treinando? Para que coisa está treinando?
- Para o casamento.
- Você pretende se casar?
- Por enquanto ainda não. Sou muito jovem, prefiro viver primeiro.

- Joelminha, posso falar uma coisa?
- Claro, Sapabela.

- Realismo exagerado é chato.


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 13

SAPABELA MAL HUMORADA

Num desses encontros casuais, Rospo encontra a velha amiga Sapabela,  saltitante a comemorar, fazendo um enorme estardalhaço.
- Sapa, o que está acontecendo?
- Consegui, Rospo, consegui!
- Querida, estou surpreso com a sua euforia. Mas, por favor, conte-me o motivo de tanto entusiasmo.
- Consegui! Agora faço parte de um grupo de amigas.
- Parabéns! E que  grupo é esse?
- São as três que vivem a se lamentar.
- Aquelas mal humoradas? E qual é a vantagem de entrar num grupo assim?
- Acontece que eu queria fazer parte do grupo, mas não conseguia, por estar sempre feliz, alegre e contente. A minha felicidade incomodava, causava distúrbios no grupo.
- Sim, o mau humor delas é famoso.
- Então, eu me tornei mal humorada, rabugenta, chata, e assim elas me aceitaram no grupo. Por isso estou comemorando com tanta alegria. Viva o meu mau humor!
- Impressionante!
- Nada como fazer parte de um grupo. Agora sou uma mal humorada. Viva! Viva! Viva!
- "Acho que bebi demais no Natal".


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 12

FELIZ OLHAR NOVO !

- Feliz Olhar Novo, Sapabela!
- Rospo, obrigado, mas, não seria Feliz Ano Ano?
- É a mesma coisa, Sapa.
- É?
- Sim. Se você está com o olhar cansado, embaçado pelas agruras do cotidiano, e não consegue mais ver a poesia do mundo nas coisas simples que são, você precisa renovar o olhar, precisa modificá-lo, só assim o ano será realmente novo.
- E como anda o brejo, Rospo?
- Estamos vivendo, amiga. Quis ir até São Paulo, mas não pude.
- Por que?
- Não tenho submarino.
- Gostei da piada.
- Bem, tenho um compromisso, tchau!
- Tchau!
- E não se esqueça, cuide do seu olhar.
- Não me esquecerei. Bem, tenho muitos dias pela frente.
- Lembre-se. Cada dia é uma nova chance.
- É, não posso bobear.
- Nem ficar parada, pois ficar parado é caminhar para trás.
- Rospo...
- Sim?
- Feliz Novo Olhar para você também.


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo 2010 -11

O TAPETE E A ESCADA

- Rospo, aqui está um tapete.
- Não, você não. Tchau, e obrigado.
- Rospo, pegue o tapete que estou lhe oferecendo.
- Não, Sapo, não preciso da sua ajuda. Obrigado.
- Rospo, leve o meu tapete.
- Não, amigo Sapo, não preciso do seu tapete. Faça bom proveito dele.
Depois de encontrar diversos conhecidos pelo caminho, Rospo encontra sua amiga Sapabela.
- Olá, Sapa. Que saudades!
- Eu também, desde ontem não conversamos.
- Estou com um problema, estou vivendo um aflição.
- Rospo, quero ajudar.
- Obrigada, você é uma amiga de verdade.
- Tome uma escada.
- Agora sim, confirmo o que acabei de dizer.
 - Não sabia que ficaria tão feliz com uma escada.
- Pois é, Sapa, é mais fácil para muitos oferecer um tapete, que pode ser puxado, do que uma escada, que pode nos auxiliar a subir e lá do alto ver com mais clareza uma solução para os nossos problemas. Obrigado pela sua escada.
- Disponha.


MARCIANO VASQUES - 
Histórias do Rospo - 10

O NATAL AUSENTE

No dia 25 de Dezembro, no Viaduto do Chá, um homem observa as luzes natalinas da cidade. Rospo, que às vezes passeia no mundo dos humanos, se aproxima.
- Está encantado, amigo meu?
- Sim, o Natal é lindo. Essas luzes a piscar...
- Veja ao seu lado.
- Ora, é um menino dormindo na calçada. São todos uns vagabundos...
- São abandonados.
- Que nada! Mande essa turma trabalhar...
- E as luzes de Natal?
- Lindas! Lindas! Lindas!
- Pena que o Natal ainda não chegou...
- Como disse?
- Nada. Não entenderia.


MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 9

O SAPO E O VERBO

- Rospo!
- Joelminha! Tudo bem?
- Tem sapa nova no brejo, interessada em você. Parece que foi amor à primeira vista.
- Não estou interessado.
- Ora, Rospo. Sei que está sobrando sapas no mundo, mas não pode sair por aí desprezando amores...
- Já gosto de uma sapa.
- Mas ainda é livre.
- Ocorre que tenho um compromisso com o verbo.
-Verbo?
- É, o verbo "gostar". O meu compromisso é com ele.
- Realmente, um verbo é sempre muito importante. Já se declarou para ela?
- Ainda não.
- Entendo. É um verbo difícil, não é?
- Para um sapo tímido, "declarar-se" com certeza, é o mais difícil dos verbos.


MARCIANO VASQUES  
Histórias do Rospo - 9

O CORCEL ALADO

Rospo, continuo na minha incansável busca da felicidade.

- Quer jogar xadrez, Sapabela?
- Não procuro diversão. Busco a felicidade.
- Vamos ao cinema? Quer jogar boliche?
- Não, Rospo, não...
- Ao baile?
- Rospo, tente entender! Eu procuro a felicidade.
- Você já sabe onde encontrá-la, Sapabela...
- Pois é, meu caro amigo, enquanto não a tiver dentro de mim, as coisas que você falou não passarão de apenas diversão...
- Eu entendo, eu entendo...

MARCIANO VASQUES

 Histórias do Rospo - 8

A SAPA @

Estava o Rospo meditando na beira do lago, ao vivo, pensando no que o fanatismo pode fazer para um sapo, quando chega a amiga Sapabela, com uma nova sapa.
- Rospo, que faz aí tão sozinho?
- Contemplo a natureza, e me ponho a cismar, alguns pensamentos sem rumo, só por distração.
- Apresento  a minha amiga Sapa @ , a nova moradora da Sapolândia.
- @? Que nome original...
- Ela é louca por Internet.
- Viciou?
- Qual o seu nome mesmo? Pergunta a nova Sapa, para Sapabela.
- Sapabela.
- Bonito nome, não esqueço mais: WWW. Sapabela.
- WWW?
- "É maluca!" - Pensa o Rospo.
- E o seu nome?
- Rospo.
- Prazer, Senhor Rospo.com
- Rospo. com?
- Bem, vamos indo. Preciso mostrar a Sapolândia para a @
- Apareça sempre que quiser conversar, minha querida.
- Sim, senhor Rospo. com. Farei isso, mas, qual é mesmo a senha?
- "Senha?"
As duas continuam o passeio.
-Que internauta atencioso o seu amigo...
- Internauta? Ele estava apenas contemplando o lago...


MARCIANO VASQUES
 Histórias com o Rospo - 7

ROSPO E O SONHO

Rospo corre ao vento, atravessa varais, canaviais, cais.
Na corrida, encontra uma velha amiga.
- Sapabela! Que alegria encontrá-la!
- Mas, aonde vai tão apressado, Rospo?
- Estou correndo atrás dele.
- Não vejo nada.
- Às vezes ele é invisível aos olhos alheios.
- Ele quem?
- O sonho.
- Você corria atrás dele?
- Sim, devemos sempre correr atrás dos nossos sonhos.
- Um sonho foge da gente, Rospo?
- Não, Sapa, ele apenas quer ser alcançado.


MARCIANO VASQUES    
 Histórias do Rospo - 6

A FANTASIA DO SAPO

Rospo foi ao baile de fantasias da Sapabela. Ao chegar, despertou a curiosidade de todos, que não viram fantasia nenhuma. Desfilou pelo salão com um largo sorriso na face.
- Rospo! Gostou da minha fantasia de Julieta?
- Linda, Sapabela. É a própria.
- Pois é, falta um Romeu. Mas, e a sua fantasia, Rospo? Esqueceu?
- Não está vendo o tamanho do meu sorriso?
- Estou. Isso é fantasia?
- Claro.
- E que fantasia é? Posso saber?
- De menino que foi ao circo.


MARCIANO VASQUES  Série: Histórias do Rospo - 5

sábado, 6 de novembro de 2010

A CIDADE DAS CANTIGAS NO PALCO



Cena da peça de teatro de autoria de Marciano Vasques, A CIDADE DAS CANTIGAS, apresentada por alunos da Emef "Pe. Serafin Martinez Gutierrez", no palco do CEU QUINTA DO SOL, em Dezembro de 2009.

A JOANINHA

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O SAPO RICO

Casualmente, naturalmente, um novo encontro:
- Estou rico, Sapabela!
- Rico? Mas, você não tem nada, Rospo!
- Não exagere, Sapabela.
A provocativa amiga prossegue:
- Você não tem nem um celular novo!
- Mas, estou rico, minha amiga.
- Onde está essa riqueza, afinal?
- É riqueza para quem quer ver.
- Eu quero!
- Hoje, ao amanhecer, criei um poema. Poetizei.
- Um poema?
- Sim, depois de terminá-lo, percebi o quanto fiquei rico.
- "Tem razão: é riqueza para quem quer ver"

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 4
Leia em CASA AZUL DA LITERATURA INFANTIL

A DECISÃO DA SAPABELA

Uma decisão tomou Sapabela:
- Vou procurar a felicidade, Rospo.
- Bravo!
- Subirei as mais altas montanhas, atravessarei cordilheiras, vales...
- Inútil, Sapa, inútil..
- Irei aos estádios de futebol.
- Não adianta...
- Cinemas, parques de diversão.
- Bobagem, Sapa...
- Ganhar muito dinheiro...
- Piorou.
-Viajar em luxuosos cruzeiros, velejar, banquetes...
- Esqueça.
- Assim não dá, Rospo! Vive a me desanimar...Se quero buscar a felicidade, devo ir aos mais distantes lugares, aos mais divertidos...
- Engano, puro engano, minha querida.
- Melhor explicar, Rospo...
- É pra já: Não adianta rodar o mundo, pois a felicidade está mais próxima do que imagina, Sapabela.
- Onde?
- No lugar de mais difícil acesso: dentro de você.




MARCIANO VASQUES


Histórias do Rospo - 3

LIVROS E CONVERSAS

Entre rosas, rezas e rasos risos, passeia Sapabela, quando encontra "ele" e é invadida por um sorridente pensamento:
- "Viva! Lá vem conversa boa!"
- Rospo, qual é o maior concorrente do livro?
- Sapa, o livro não tem concorrentes.
- Um concorrente amigável, vá, Rospo!
- Uma parceira, eu diria.
- Sim?
- A conversa.
- Ela é tão preciosa assim?
- Rara joia da humanidade, assim como o livro.
- Vamos então conversar um pouco, Rospo?
- É o que mais adoro fazer, depois de ler um bom livro. E com você, conversa é música.
Alguém já viu uma sapa vermelha de tão encabulada?

MARCIANO VASQUES
 Histórias do Rospo - 2

A FELICIDADE DA SAPABELA

- Rospo! Estou tão feliz!
- Já sei! Ganhou um celular!
- Não, Rospo, não.
- Vai casar?
- Não, Rospo, é outra coisa...
- Arrumou um namorado?
- Não!
- Comprou um carro?
- Rospo, é algo maior. Não consegue pensar além?
- Estava brincando, Sapabela. Qual é o motivo da felicidade?
- Escrevi um poema. Criei um poema. Poetizei.
- Ah, você estava falando de felicidade maior!
- Claro, meu amigo.
- Escrever um poema: realmente é algo que não tem preço.

MARCIANO VASQUES
Histórias do Rospo - 1

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

BIENAL DO LIVRO 2010 - 3

MUSICAL " SAPECANDO CANTIGAS" NA BIENAL DO LIVRO, NO LANÇAMENTO DO LIVRO "LETRAS SAPECAS",  NO STAND DA PAULINAS, EM AGOSTO DE 2010

BIENAL DO LIVRO 2010 - 2

MUSICAL "SAPECANDO CANTIGAS" NA BIENAL DO LIVRO 2010, NO LANÇAMENTO DO LIVRO "LETRAS SAPECAS" NO STAND DA EDITORA PAULINAS, EM AGOSTO DE 2010

BIENAL DO LIVRO 2010 - 1

Com o escritor Selmo Vasconcellos, na Bienal do Livro, 
em agosto de 2010

AS DUAS BORBOLETAS

A CIDADE DAS CANTIGAS

ENCONTRO COM TATIANA BELINKY

GRISELMA

UMA DÚZIA E MEIA DE BICHINHOS

O PALÁCIO DOS EUCALIPTOS

LETRAS SAPECAS

ESPANTALHOS

UMA AVENTURA NA CASA AZUL